sexta-feira, 5 de março de 2010

Farmácias já adotam resolução da Anvisa sobre venda de medicamento


Farmácias já adotam resolução da Anvisa sobre venda de medicamento


Thamia Tavares
O Imparcial Online


A resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que trata da disposição de medicamentos à venda nas farmácias já está sendo adotada pelas drogarias da capital, no entanto é avaliada com algumas ressalvas pelos consumidores.

“Deve haver um limite, nem todos os produtos deveriam ser proibidos. Concordo com a venda dos medicamentos sob orientação de um farmacêutico, mas isso não deveria implicar na venda de outros produtos”, disse a estudante Ana Kleide Lemos.

A resolução trata as farmácias e drogarias com um posto avançado de saúde, além de assegurar a presença integral de um farmacêutico nas dependências da loja e a não disposição de medicamentos ao alcance do consumidor. A resolução está em vigor desde o último dia 18, sob pena de multa para os estabelecimentos que não a cumprirem.

“A resolução direcionará as farmácias e drogarias para o objetivo verdadeiro que é de atuar devidamente como um posto avançado de saúde, não uma conveniência”, disse o presidente do sindicato dos farmacêuticos do Estado do Maranhão, Marcelo Rosa.

A disposição de medicamentos em prateleiras ao alcance do consumidor é tido como um facilitador da automedicação o que pode gerar sérios transtornos para a saúde da populção.

“A intoxicação do organismo causado pelo uso indevido de medicamentos é uma das principais causas de internação em emergências e urgências dos hospitais do Maranhão”, disse o presidente.

O motorista Francisco das Chagas concorda com a proibição, nas famárcias, da venda de produtos alimentícios, como refrigerantes e picolés. No entanto, ele acredita que de nada adiantará proibir o acesso do consumidor a alguns medicamentos como os remédios contra dor de cabeça.

“Em qualquer boteco se vende remédio pra fígado, dor de cabeça, dor de estômago, nesses locais é que deveriam ser proibidos, não na farmácia que é o lugar certo pra se vender”, observou.

A presença de um farmacêutico graduado, por todo o período de funcionamento das farmácias e drogarias, também foi uma determinação revista pela Anvisa. Para a farmacêutica Marília Morena, “a revisão da lei é uma vitória da classe, e também do consumidor".

"Agora o cliente não sai da farmácia apenas com o remédio, mas também com orientação. Eu também concordo que alguns alimentos como os dietéticos sejam vendidos nas farmácias”, completou.

As determinações passaram a ser obrigatórias desde a última quinta-feira (18 de fevereiro).
Um termo de ajustamento de conduta foi assinado pela Promotoria de defesa da saúde; pelo Conselho Regional de Saúde; Sindicato dos Farmacêuticos e pelo Sindicato dos profissionais de farmácia, (Sinprofarma), e entrará em vigor no próximo dia 04 de maio. O termo consiste no cumprimento das determinações previstas na resolução RDC 44/2009.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Só em um governo de Roseana


Gente estou postando comentário do ex-governador Zé Reinaldo que retrata com toda a fidelidade a atual situação do Maranhão.


Só em um governo de Roseana

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010


O governo de Roseana Sarney começou mal. Sua origem é um golpe de estado jurídico, como denunciou o ex-Ministro Resek. Golpe esse consolidado após o julgamento em que Jackson Lago perdeu o cargo por quatro votos a três, seguido do inusitado, pois decidiram rasgar a Constituição Brasileira e entregar o governo a quem havia perdido a eleição de governador.

Ilegítimo que é, o governo de Roseana parece nau sem rumo, cujo exercício da falta de direção e poder desviado cabe aos secretários de estado, que deveriam tão somente cumprir ordens. Tudo sob a batuta e regência(ou ausência dela) do Secretário de Saúde, que deveria abrir os olhos, arregaçar as mangas e tratar de cuidar de um setor que hoje é o campeão de reclamações do povo maranhense.

O estado está tão acéfalo e em situação tão descontrolada que obrigou o deputado Joaquim Haickel, um dos mais antigos e leais integrantes do bloco oligárquico, a proferir discurso na Assembléia Legislativa, em que, manifestando indignação, proferiu, entre outras coisas: “Os secretários estão usando a maquina pública para minar as bases políticas e seduzir eleitores. Isso é admissível apenas na selva. Não é preciso que um deputado que esteja no cargo de secretário faça uma coisa dessas.” E disse mais: “Vão ter que me engolir!” Essa indignação já foi precedida por mais deputados da base, como Alberto Franco e outros.

Sem controle, o governo virou a tal selva da qual nos fala Haickel e cada um procura crescer por cima de tudo e de todos. Um “salve-se quem puder”.

Não obstante, Roseana Sarney faz ouvidos moucos, como se não fosse com ela. E não deve ser mesmo... Talvez o seja, sim, com algum outro que efetivamente dê as cartas no governo. Talvez ela pense que tem razão em agir assim e queira também apenas se salvar na confusão.

E tudo isso se justifica pela falta de legitimidade, de projetos e de programas de governo. Gastaram no carnaval mais do que Pernambuco e Bahia, enquanto para o interior do estado não existe dinheiro nem para o abastecimento de água.

Acabaram com programas como o Saúde na Escola, programa muito bem avaliado pela população, pois dentro da escola os alunos e familiares tratavam os dentes, recebiam noções de saúde e higiene, acesso a exames laboratoriais, etc. Tudo isso dentro das próprias instituições de ensino, mais de cem no estado, um trabalho admirável de um grupo de profissionais abnegados e dedicados a dar sua parte por um Maranhão melhor. Hoje estão sem ter o que fazer. Uma pena!

Em contrapartida, aparece-nos suspeitíssimo programa, repudiado por muitos, para fazer testes de AIDS compulsoriamente em alunos da rede pública. Uma inovação no mundo, um atentado ao direito privado dos alunos, mas certamente um grande negócio para alguns. Os mesmos de sempre, por óbvio.

E é nesta esfera, a da Saúde, que as coisas seguem cada vez mais complicadas. Desde a falta de remédios controlados para idosos e a brutal intervenção no SUS, que permitiu ao governo estadual controlar, pela primeira vez, para o bem e para o mal - principalmente este último - os recursos e as decisões sobre o sistema. Isso inaugurou um viés político que é altamente prejudicial à população. Some-se a isso a compra nebulosa de hospitais no interior; a troca das empresas administradoras dos hospitais, utilizando obscuras dispensas de licitações; a privatização dos exames laboratoriais, com o conseqüente abandono dos bem montados laboratórios do estado e de experientes profissionais. Isso para citar apenas alguns dos tantos atos desconexos que somente concorrem para piorar ainda mais a sofrível oferta de saúde pública no Maranhão.

Ainda sobre os hospitais, o jornal O Imparcial publicou excelente matéria dos jornalistas Kássia Brito e Francisco Junior que mostra a terrível bagunça e irresponsabilidade que é esse programa de construção de 65 hospitais no estado. Além da denúncia do CREA de que era impossível fazer licitações como as realizadas pela Secretaria de Saúde para contratar as obras (não havia projetos, sondagens e nem mesmo terrenos para que as empresas interessadas pudessem orçar os prédios), depois soube-se da estranha desistência de certas empresas (que precisam de obras para se manter) em participar, abrindo espaço para dispensas de licitação igualmente estranhas. Ou seja, foram dispensados do procedimento três lotes de hospitais (essa história de “lotes” nenhum engenheiro que se preze entende...) com valor de R$ 57,8 milhões, atribuindo-se aos “escolhidos” a justificativa de “notória especialização”, o que mostra a que ponto chegou o vale tudo das dispensas na secretaria.

Não bastasse isso, percebe-se claramente a ilegalidade dessas condutas na Saúde, já que a construção dos hospitais não foi tema de decisão do Conselho Estadual de Saúde, o que seria obrigatório.

O padre João Maria, que está no Conselho desde 1993, diz que “esses hospitais foram colocados sem nenhum critério” e destaca a necessidade de estudos prévios detalhados de um perfil epidemiológico e populacional para então definir onde construir polos de atendimento. O religioso mostra que existem pequenos municípios que já possuem hospital e estão recebendo um outro, loucura completa e desperdício e conclui que não é assim que se vai melhorar a saúde no estado.
Já os Presidentes dos Conselhos Regionais de Farmácia e de Enfermagem levantam fundamentais indagações sobre a questão de recursos humanos para o pacote de hospitais prometido pela Secretaria. Precisa falar mais? E assim, vão-se pelo ralo 300 milhões de reais...
É muito dinheiro sendo jogado fora.

Só para manter na memória a ganância de Roseana Sarney: foram mais de R$ 600 milhões tomados das prefeituras conveniadas no governo Jackson Lago, depois tomou mais de R$ 1 bilhão emprestados sem saber em que iria usar, sem projeto, sem nada.

Como estamos vendo agora, o dinheiro se esvai. Decerto rumo ao bolso dos empreiteiros amigos. A conta? Essa fica para o povo pagar, como sempre...

E mais uma: não sei se já repararam que colocaram a refinaria eleitoral quase em frente da célebre Fabrica de Rosário, aquela que só funcionou no dia da inauguração na presença do desprevenido presidente Fernando Henrique Cardoso. Será coincidência, incompetência ou escárnio? São uns brincalhões...

Que simbolismo!

E para terminar: é impressionante o descaso com que o governo federal trata o Maranhão. A estrada mais importante do estado, no trecho entre São Luis e Peritoró, ficou semidestruída no rigoroso inverno passado. Passou o ano e nada fizeram para recuperá-la, além de um tosco tapa-buracos. Agora, mesmo com as poucas chuvas deste período, a estrada está péssima e no Campo de Perizes o asfalto está saindo em camadas. À noite, com chuvas, o perigo é total por falta de sinalização horizontal da pista. É um convite ao desastre.